Jaime Teixeira Júnior

 

 

Sou Engenheiro Agrônomo e graduei-me na área de Solos. Minha aptidão para pesquisa e escrita uso para atuar em Análise Ambiental, onde a certificação técnica necessita de persuasão baseada na Legislação vigente.

As técnicas de prevenção e recuperação de áreas degradadas ou que necessitam da atividade humana para programar atividades de natureza variada precisam ser metodicamente planejadas.

Todos os projetos que atendi cem por cento deles foram aprovados pelos órgãos de controle ambiental e colocados em prática.

Residi em Porto Alegre, e frequentava a Praça da Alfandega, com seus personagens pitorescos e grandiosos.

Lá eles colocavam pequenas bancas, vendendo o mais variado tipo de coisas, desde selos, revistas, moedas, até roupas usadas.

Outros comercializavam seus escritos numa espécie de mercado e feira livre dentro dos seus limites.

Era bastante interessante ver aqueles homens e mulheres em pé numa cadeira, lendo parte do seu trabalho com algumas pessoas na volta para ouvi-lo.  Se gostassem de parte da história, que o escritor estava por berrar em cima daquele palanque, então comprava um exemplar.

O autor em pé, lia o que ele mesmo havia escrito, enquanto que, com o outro braço, segurava um chumaço de páginas, devidamente grampeadas.

A Feira do Livro era (e ainda é) uma combustão literária extraordinária.

Lembro-me dos trabalhos escolares de interpretação de um livro a escolha do aluno, que de posse da sua ficha da biblioteca do colégio retirava uma obra para ler inteiramente e explicar o seu conteúdo em acordo com seu entendimento pessoal.

Meu primeiro livro foi escrito à mão, e está perdido. Comprei um caderno de 200 folhas, pequeno, com capa dura, uma caneta seis cores que diziam ser importada da Argentina, numa livraria perto de onde eu morava e então escrevi minha primeira história: - um homem que construiu uma máquina do tempo e foi a futuro para ver como estava sua cidade, e é obvio que ela, a cidade, estava maravilhosa. Mas o Prefeito estava muito triste, então ele voltou ao passado daquele homem para dissuadi-lo da vontade de ser político administrador daquela cidade no futuro; não queria vê-lo deprimido, já que descobriu que se tratava do seu neto...

Em resumo, escrever é uma forma de expressar um mundo que está dentro de você, e recria-lo.

Em Lavras do Sul, em 27 de março de 2003 foi encaminhado ao então Prefeito Municipal, o meu projeto e plano orçamentário DA 1ª FEIRA DO LIVRO do município – que tendo sido aprovado por unanimidade pelo Legislativo Municipal, foi incluído no organograma físico-financeiro (pré-orçamento e cronograma de atividades) e realizada logo no em Maio do mesmo ano, quando estive na Prefeitura Municipal de Lavras do Sul no cargo de Assessor da Secretaria do Planejamento e Informática. Ainda quase dez anos depois, é uma das maiores e mais bonitas feiras, com várias atividades incluídas ao longo dos anos, que comprovaram o desejo de todo o cidadão de qualquer idade em participar e criar a vida cultural do seu município.

Assim que eu me divirto também, historiando, registrando, armazenando e escrevendo.

E dizer que, tudo começou depois do meu livro escrito à mão, numa Olivetti Lettera 22, que eu guardo até hoje.

Um abraço,

Jaime Teixeira Júnior

Lavras do Sul, Terra do Ouro - RS